A imortalidade já foi abordada pela arte, ciência e religião variadíssimas vezes e pode tomar várias formas.
A ciência especula sobre a imortalidade da espécie, através da exploração espacial e da imortalidade individual, através da transferência digital de consciência, enquanto que a religião nos sugere a promessa de vida eterna e reencarnação.
À falta de soluções viáveis, resta-nos a Prole e a Obra.
"Luminárias"
Carved Stones, 2021, (IMO01/2021), Fotograma animado sobre painel LED res. P5, 100x100 cm
Alusão aos monogramas usados pelos pedreiros/construtores de catedrais, que não sabendo escrever, talhavam marcas na pedra de forma a serem identificados no futuro.
Built Vectors, 2021, (IMO02/2021), Fotograma animado sobre painel LED res. P5, 100x100 cm
Alusão ao registo escrito da memória. A escrita, através da junção das letras, transporta para o futuro, registos históricos e a imaginação da humanidade.
Deconstructed Geometries, 2021, (IMO03/2021), Fotograma animado sobre painel LED res. P5, 100x100 cm
Alusão à arte enquanto prolongamento do artista no tempo. O “deixar obra feita”, a par da descendência, é outra forma de imortalização do indivíduo.
Said Signs, 2021, (IMO04/2021), Fotograma animado sobre painel LED res. P5, 100x100 cm
Alusão à capacidade de adaptação do ser humano face à adversidade. A linguagem é uma das ferramentas mais eficientes para a sobrevivência.
"Ascensões"
Printed Records, 2021, (IMO05/2021), Pintura digital, impressão fineprint sobre tela Hahnemüele de poliéster e algodão de 340g/m2, 150x105 cm
A gravura e depois a impressão através de processos fotográficos permitiu a perenização da escrita e da imagem. Esta simulação digital das redes e tramas de pré-impressão remete para esse universo, que apresenta uma das formas de imortalizar o génio humano.
Mind Transfer, 2021, (IMO06/2021), Pintura digital, impressão fineprint sobre tela Hahnemüele de poliéster e algodão de 340g/m2, 150x105 cm
Existe um ramo da cibercultura que teoriza acerca dos métodos científicos de prolongamento de vida, através da codificação digital da consciência humana e posterior transferência para estruturas sintéticas autónomas.
Sophia-Panspermia, 2021, (IMO07/2021), Pintura digital, impressão fineprint sobre tela Hahnemüele de poliéster e algodão de 340g/m2, 150x105 cm
A metade inferior representa o saber e mostra algumas das personalidades ligadas às ciências e artes que, ao longo da História, mais contribuíram para a evolução da humanidade. Na metade superior, está representada a exploração espacial e a expectativa de colonização de outros planetas, assegurando assim continuidade da espécie.
Estão subjacentes outros conceitos, como a duplicidade de efeitos – Matéria e antimatéria, Yin e Yang. A ciência que nos permite procurar outras Terras é a mesma que nos permite esgotar os recurso da nossa.
Instalação
Full Circle, 2021, (IMO08/2021), Instalação, imagem em movimento e sonoplastia sobre écrãs OLED 210x120 cm
Tanto a Ciência como a religião, apesar do eterno antagonismo, parece concordar que, independentemente de interpretações, do pó viemos e ao pó voltaremos. Seja na perspectiva física como na perspectiva metafísica.
Esta instalação convida o visitante a fazer parte do círculo de transformação da matéria, onde nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
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