Esta série de pinturas em tinta-da-china sobre papel, marcada pela impressão de mãos sobreposta a uma paleta de formas e texturas abstratas, ressoa profundamente com as dimensões filosóficas do transumanismo. 

Sob uma perspetiva artística, a mão — universal e primordial no seu simbolismo — serve como uma poderosa metáfora da agência, criação e transformação humanas. Nesta série, o uso da impressão de mãos, justaposta a fundos fluidos e em evolução, evoca um diálogo entre a permanência e a impermanência, uma tensão central no discurso transumanista.

O processo de mascarar áreas com a mão para deixar espaço negativo alinha-se conceptualmente com noções de preservação e apagamento. Reflete a aspiração transumanista de preservar a essência humana ao mesmo tempo que integra avanços tecnológicos e evolutivos. A abstração presente nos fundos pode simbolizar as vastas e inexploradas possibilidades de um futuro pós-humano, onde os limites entre biologia, tecnologia e identidade se diluem.

Estas pinturas sugerem uma interação entre o físico e o transcendente, onde a mão humana — tradicionalmente um símbolo de artesanato e individualidade — se coloca num cenário em constante mudança, desafiando o observador a contemplar o que permanece imutável à medida que a humanidade transcende as suas limitações biológicas e existenciais atuais. Sob esta ótica, a série apresenta-se como uma exploração pungente das interseções artísticas e filosóficas entre memória, identidade e a busca pela imortalidade no âmbito do transumanismo.

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